segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015


Um titulo que chegou no mercado sem fazer quase nenhum barulho, era esperado por aqueles que o conhecem ou já ouviram falar de seu nome de peso, mas para todo o resto do público nada mais foi que um lançamento.... Infelizmente foi assim que eu vi o lançamento de "Um cântico para Leibowitz", talvez esse seja um dos livro mais significativos de ficção que a Aleph lançou no ano de 2014, e é por isso que eu demorei tanto para fazer uma resenha do mesmo, todas suas variáveis as diversas formas de ver e entender todo o sentido por trás de cada passagem o livro é cheio de detalhes absurdos de se perceber em uma primeira leitura, mas de mas consegue proporcionar uma experiência de leitura única dentro do que estamos acostumado no que se trata a mundo pós apocalíptico.

"Do pó viemos e ao pó retornaremos" 

O Livro


Nesse livro acompanhamos os irmãos da ordem de Leibowitz, um santo pós apocalíptico que é reverenciado por seus feitos e milagre, nos vemos então durante toda nossa leitura acompanhando sempre alguém com alguma importância grande dentro dessa ordem durante mais da metade do livro, em sempre no que supostamente deveriam ser rotinas "tediosas" e maçantes e na verdade são muito chatas mas o modo em que tudo é narrado e que tudo acontece não te faz se sentir cansado da leitura ao contrario nos sentimos como parte do mosteiro, mas qual o papel deles e por que eles são tão importantes ?
Bem não seria de se imaginar que num livro pós apocalíptico, novamente a humanidade se encaminhou para sua destruição, mas aqui temos um plote principal IGUAL e ao mesmo tempo DIFERENTE de tantas outras história que é possível citar desse tema, acompanhamos 1900 anos de história desse mosteiro eles são o que eu posso chamar de os guardiões do conhecimento humano, após a última grande guerra, os sobreviventes falaram que tudo o que ocorreu foi causado por se "conhecer demais sobre tudo", e com suas próprias mãos deram inicio a um tempo de inquisição ao conhecimento humana, destruíam livros, e matavam cientistas os culpando de todo o ocorrido, mas essa ordem via as coisas de uma forma diferente, eles viam que não seriamos nós mesmo conhecêssemos nosso passado então eles começaram a contrabandear e esconder, tudo aquilo que para eles era necessário para um dia levantar os pilares de uma futura civilização quanto a era de simplificação tivesse passado. Bem então nós já temos nosso plano principal e com isso percebemos que aqui a religião trabalha diretamente a favor da ciência o que é uma ideia simplesmente incrível de se pensar, temos a tentativa de sobrevivência tanto humana quanto do conhecimento humana, percebemos com o livro toda a redescoberta de coisas simples, como matemática e outras áreas da ciência moderna, tudo escrito de uma simples e sem complicação o que facilita a introdução e imersão do leitor a obra.

O que mais me impressionou


Durante essa narração de 1900 anos de história acontece, muitos acontecimento importantes são falados e personagens igualmente apresentados, mas aqui os personagens não são o centro do universo (como assim), aqui nós temos personagens sendo... personagens, são apenas peças para fazer a história principal como o primeiro plano, eles são apenas peões da escrita, estão lá apenas para ilustrar a real ideia e desfecho final da história, e isso é fantástico, muitas vezes você se apega a alguém ou a uma situação e de um parágrafo para o outro temos um intervalo de 100 anos e você se pergunta "Mas o que aconteceu com ele", o personagem nunca e esquecido e se ele estava sendo citado percebemos que alguma ação passada dele teve um impacto "x" no futuro.


Conclusão.


Temos o primeiro livro onde a história do nosso futuro é a personagem principal, temos um ordem santa que tenta proteger o conhecimento da humanidade, temos a redescoberta daquilo que não sabemos viver sem hoje, da simplificação ao erguimento de uma nova sociedade tudo isso e muito mais ao virar de cada página, uma preparação para um ciclo vicioso que está predisposto a sempre recomeçar do zero. Para um mundo renascer é necessário outro ser destruído, isso é "Um cântico para Leibowitz" uma leitura indispensável para 2015 ou para algum momento de sua vida.